Árvores 5–10 m alt.; ramos glabros; estípulas interpeciolares, 2,3–4,7 mm compr., estreitamente triangulares, decíduas, livres.
Folhas reduzidas nas inflorescências ausentes; pecíolo 6–15 mm compr., aplanado, glabrescente, eglandulares; lâmina foliar 4–8,4 × 3,3–4,1 cm, cartácea, oblanceolada, base acuminada, margem inteira, plana, ápice agudo a cuspidado, glabra em ambas as faces, nervura central impressa na face abaxial, 1 par de glândulas na base. Tirso de cíncinos 1–floros, 6–25 flores; raque glabra; brácteas 1,6mm compr., membranáceas, triangulares, deiscentes, eglandulares e bractéolas 1mm compr., membranáceas, triangulares, deiscentes, eglandulares; pedúnculos 1,3–1,5 cm compr.
Flores com pedicelos 1–1,2 cm, glabros; sépalas adpressas ao androceu, 2,4 × 1,6 mm, ápice arredondado, face adaxial glabra, face abaxial glabra; 2 elaióforos em cada sépala, amarelos, 3,5 × 1,1 mm; pétalas amarelas, limbo obovado, margem fimbriada, glandular; pétalas laterais com limbo 4,5 × 3,4 mm, unguículos 0,8 × 0,2 mm; pétala posterior 4,4 × 2 mm, unguículo 0,9 × 0,4 mm. Estames com filetes ca. 2 mm compr., conectivos glandulares das anteras cobrindo a parte posterior dos lóculos, lóculos glabros; ovário 2,8 × 02 mm, fusiforme, seríceo; estiletes 2,4 × 0,1 mm, eretos, divergentes, cilíndricos, glabros; estigma apical, truncado.
Mericarpos alados com uma ala dorsal desenvolvida, alas laterais ausentes, marrons quando maduros; ala dorsal 4,8 × 2,1 cm, glabra, tricomas não irritantes; núcleo seminífero 1,8–1,9 cm compr., rugoso, glabrescente.
Endêmica do Brasil, Barnebya dispar ocorre nos estados de Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (Anderson 1981a; BFG 2018). No Espírito Santo ocorre em Floresta Ombrófila Densa. Não há coleta da espécie com flores ou frutos no estado. Considerada ameaçada de extinção na categoria “Em perigo” (Fraga et al. 2019) e “Quase ameaçada” (CNCFlora 2019).
O gênero apresenta apenas duas espécies, que apresentam particularidades como as folhas alternas, com estípulas, glândulas foliares, 10 elaióforos, flores perigíneas e estilete cilíndrico (Anderson 1981b), que o distingue de outros gêneros. No Espírito Santo, Barnebya dispar diferencia-se principalmente pelo seu porte arbóreo e apesar de encontrada em estado estéril, possui frutos esquizocárpicos com as alas centrais desenvolvidas. No estado, a espécie
dispõe apenas da coleta de um indivíduo, estéril, na Reserva Biológica de Santa Lúcia em Santa Teresa e o indivíduo não foi encontrado novamente em expedição, é uma espécie relativamente rara com cerca de 40 registros em todo o Brasil, mesmo sendo uma espécie arbórea de porte considerável.
Fonte: BARROS, P. H. D. Flora do Espírito Santo: gêneros Alicia, Amorimia, Barnebya, Bunchosia, Carolus, Dicella, Heladena, Hiraea, Lophopterys, Mascagnia, Mezia, Niedenzuella, Tetrapterys e Thryallis (MALPIGHIACEAE). 100f. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Tropical), Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus- ES, 2019.