Lamiaceae – Hypenia reticulata

Subarbusto 0,5-2 m alt., caule glauco, piloso ou setáceo.

Folhas pecioladas; pecíolo 0,7-2 cm compr.; lâmina cartácea ou subcoriácea, elípticolanceolada ou oval, (1,7-)3-8 cm compr., 1-3,3 cm larg., ápice agudo, margem serrada, duplamente serrada ou crenada, base arredondada, obtusa ou
levemente cordada, face adaxial esparsamente tomentosa, escabra, face abaxial densamente vilosa ou tomentosa, tricomas tectores alvos ou tricomas glandulares. Tirso com ramos opostos até 3a ou 4a ordem, terminal, eixo principal 32-80 cm, geralmente glauco, eixos laterais e ápice com indumento estrigoso ou pubescente, tricomas tectores ou glandulares; brácteas 2, 2-3,5 mm compr., 0,7-1 mm larg., persistentes ou decíduas.

Flor: pseudopedicelo (3-)7-12 mm compr., no fruto 7-16 mm compr.; bractéolas da base do pseudopedicelo 1,3-1,9 mm; bractéolas próximas ao cálice 2-3 mm compr., 0,7-1 mm larg.; cálice vináceo, 5-7,5 mm compr., campanulado na flor, 7-10 mm compr., alongado e inflado no fruto, face interna setácea, denso na porção mediana, fechando a abertura, face externa hirsuta, tricomas tectores ou glandulares; corola vermelha ou rósea, 15-20 mm compr., faces interna e externa pilosas.

Núculas complanadas ou levemente obovoides, 3-3,4 mm compr., 2-2,6 mm larg., achatadas, ápice arredondado, coloração castanho-avermelhada, mucilaginosas quando molhadas, verruculosas.

Epling (1949) reconheceu em Hyptis sect. Hypenia subsect. Laxiflorae 12 espécies com corola vermelha. Posteriormente, Epling & Matias (1957) consideraram muitos desses binômios sob sinonímia de Hyptis macrantha A. St-Hil. ex Benth. sensu lato, posição provisoriamente aceita por Harley (1988a) mas transferindo essas espécies para o gênero Hypenia.

Embora Hypenia reticulata seja muito semelhante a H. macrantha (A. St.-Hil. ex Benth.) Harley, todo o material da Serra do Cipó insere-se bem na circunscrição estrita de H. reticulata, espécie de campos rupestres e cerrados especialmente de Minas Gerais, nas serras mineiras do Espinhaço (Congonhas do Norte, Couto de Magalhães,
Diamantina, Joaquim Felício, São João Del Rey e São Thomé das Letras). Segundo Harley et al. (2010) ocorre também em cerrados do Distrito Federal, Goiás, Tocantins, São Paulo e Paraná.

Hypenia reticulata pode ser reconhecida pela inflorescência e ramos glaucos, face adaxial da folha normalmente escabra e ferrugínea (in sicco), inflorescências laxas e corola vermelha ou rósea muito conspícua de 15-20 mm compr. Na Serra do Cipó foi coletada com flores em janeiro, de março a setembro e em novembro.

Fonte: SILVA-LUZ, C. L. da.; GOMES, C. G.; PIRANI, J. R. & HARLEY, R. M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Lamiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 30, n. 2, p. 109-155, 2012.

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