Lamiaceae – Eriope glandulosa

Subarbusto ca. 0,4 m alt.; caule destituído de camada de cera evidente; ramos folhosos pequenos próximos da base, pilosos ou hirsutos, tricomas tectores ou glandulares capitados esparsos na região inferior dos ramos, abundantes na região superior.

Folhas pecioladas; pecíolo 0,6-0,7 cm compr., pilosos; lâmina cartácea, elíptica ou oval, 0,5-1,9 cm compr., 0,4-1,1 cm larg., ápice mucronado, margem crenada ou crenado-serrada, ciliada, base cuneada, face adaxial esparsamente tomentosa, tricomas tectores ou glandulares, face abaxial com tricomas glandulares peltados ou capitados ou tricomas tectores curtos, alvos nas nervuras, nervuras terciárias conspicuamente reticuladas.

Pseudorracemo simples (monotirso) ou duplo (diplotirso), eixo principal 12-13 cm, indumento como nos ramos, tricomas glandulares abundantes. Flor: pseudopedicelo 1-2 mm compr., no fruto ca. 2,5 mm compr.; bractéolas da base do pseudopedicelo 1 mm compr., sésseis, decíduas nas flores maduras, presente apenas nos botões jovens;
bractéolas próximas ao cálice ca. 0,7 mm compr., às vezes inconspícuas; cálice 2,5-4 mm compr., campanulado, turbinado no fruto, face interna densamente vilosa, tricomas tectores alvos, face externa tomentosa, tricomas tectores ou glandulares; corola violeta, ca. 6 mm compr., face interna subglabra, face externa como no cálice.

Núculas complanadas ou levemente obovoides, ca. 2,5 mm compr., 1,5 mm larg., achatadas, ápice arredondado,
coloração castanho-avermelhada, mucilaginosas quando molhadas.

De acordo com as coleções conhecidas e Harley (1988b) e Harley et al. (2010), Eriope glandulosa é encontrada em Morro do Chapéu (Bahia) e em Diamantina, Gouveia, Grão-Mogol e Itacambira (Minas Gerais), tendo sido registrada no setor norte da Serra do Cipó (Santana de Pirapama e Congonhas do Norte), onde foi coletada com flores em fevereiro e abril. É encontrada em solos arenosos e entre rochas, em campos rupestres e cerrados (Vásquez & Harley
2004). Pode ser reconhecida por ter ramos folhosos concentrados na região basal da planta, pelos tricomas glandulares densos nos ramos superiores e inflorescências, e pelas nervuras terciárias conspicuamente reticuladas com tricomas glandulares peltados na face abaxial das folhas.

Fonte: SILVA-LUZ, C. L. da.; GOMES, C. G.; PIRANI, J. R. & HARLEY, R. M. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Lamiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 30, n. 2, p. 109-155, 2012.

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