Fabaceae – Hymenaea rubriflora

Árvore ou arbusto 3–8 m alt.; ramos, folhas e inflorescências indumentados, tricomas ferrugíneos, curtos, eretos ou sinuosos.

Pecíolo ca. 0,8 cm compr.; peciólulos ca. 0,5 cm compr.; folíolos 9,1–12 × 4,3–5,2 cm, obovais, raramente oblongos, levemente falcados, ápice obtuso ou arredondado, base oblíqua, o interno agudo, lado externo levemente arredondado ou retuso, margem fortemente revoluta, coriáceos, face adaxial glabra ou esparsamente indumentada, a abaxial densamente indumentada, nervuras primária e secundárias visíveis na face adaxial, proeminentes na abaxial, pontuações translúcidas em toda a lâmina.

Panículas 3–5,4(–11,4) cm compr., congestas, mais curtas que a folha adjacente, raramente mais longas; pedicelos 0,1–0,3 cm compr. Flores 22–30 mm compr.; hipanto ca. 0,6 mm compr., campanulado, base não alongada; sépalas 11–14 × 6–9 mm, obovais ou oblongas, interna e externamente seríceas; pétalas 9–10 × 5–6 mm, elípticas, subsésseis (base ca. 0,5 mm compr.), glabras; filetes 14–16 mm compr., glabros, com glândulas, anteras 4–5 mm compr.; ovário ca. 8–10 × 2–3 mm, oblongo, glabro, estípite 2–3 mm compr., estilete ca. 30 mm compr.

Frutos ca. 6,3 × 2,3 cm, oblongos, lateralmente achatados, sem constrições entre as sementes, superfície brilhante, rugosa, glabra, sem estrias, sutura proeminente.

Endêmica do Nordeste do Brasil (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), na Mata Atlântica (Lima & Pinto 2015). É registrada pela primeira vez para o sul da Bahia. H9: Mata Atlântica (floresta ombrófila densa). Floração: abril.

Hymenaea rubriflora var. rubriflora é caracterizada pelos folíolos coriáceos, geralmente obovais, face adaxial glabra ou esparsamente indumentada, brilhante, face abaxial densamente indumentada, margem fortemente revoluta, e flores com pétalas sésseis, usualmente avermelhadas. No entanto, algumas populações podem apresentar flores com pétalas creme, como verificado no espécime encontrado na Bahia e também documentado por Lee & Langenheim
(1975). Hymenaea rubriflora possui uma segunda variedade, H. rubriflora var. glabra Y.T.Lee & Langenh., a qual apresenta poucas coletas e distribuição restrita à Paraíba e Sergipe, (Lima & Pinto 2015), diferindo da variedade típica pelos folíolos glabros, mais largos e menos coriáceos (Lee & Langenheim 1975). Em relação aos demais representantes de Hymenaea da Mata Atlântica, difere de H. aurea pelo indumento composto de tricomas ferrugíneos e curtos (vs. dourados e longos) e pétalas subsésseis (vs. unguiculadas); de H. oblongifolia var. latifolia, pelos folíolos indumentados (vs. glabros) com margem revoluta (vs. inteira), inflorescências congestas (vs. laxas), flores maiores (22–30 mm vs. 14–16 mm compr.) e pétalas subsésseis (vs. unguiculadas); e de H. altissima, pelos folíolos obovais (vs. ovais, estreito-elípticos ou elípticos) e indumentados (vs. glabros).

Fonte: SOUZA, I. M.; FUNCH, L. S. & QUEIROZ, L. P. de. Flora da Bahia: Leguminosae – Hymenaea (Caesalpinioideae: Detarieae). Rev. Sitientibus, série Ciências Biológicas, v. 16, n. 10, p. 01-18, 2016.

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