Árvore 3–40 m alt.; tronco 50–60 cm de perímetro; ramos indumentados nas extremidades, tricomas dourados, longos, sinuosos ou eretos.
Pecíolo 0,4–0,7(–0,9) cm compr.; peciólulos 0,2–0,6 cm compr.; folíolos 5,1–7,5(–10) × 2,7–4(–4,9) cm, obovais,
raramente elípticos ou oblongos, ápice arredondado, obtuso, mucronulado, cuspidado, raramente emarginado, base oblíqua, lado interno agudo, o externo truncado a arredondado, margem ligeira a fortemente revoluta, membranáceos ou cartáceos, face adaxial glabra a glabrescente, a abaxial densamente indumentada, nervuras primária e secundárias sutilmente visíveis na face adaxial, proeminentes na abaxial, pontuações translúcidas concentradas na porção distal da lâmina.
Panículas 7,5–28 cm compr., congestas, mais longas que a folha adjacente; pedicelos 0,4–1,4 cm compr. Flores 31–37 mm compr.; hipanto 8–25 mm compr., campanulado, base alongada (3–15 mm compr.); sépalas 13–14 × 4–6 mm, obovais, externa e internamente seríceo-tomentosas; pétalas 7–15 x 3–5 mm, espatuladas, unguiculadas (base 4–7 cm compr.); filetes 21–31 mm compr., glabrescentes, com glândulas, anteras 6–7 mm compr.; ovário 7–10 × 3–4
mm, oblongo, densamente indumentado, estípite 2–6 mm compr., estilete 30–34 mm compr.
Frutos 6,8–9,5 × 3,1–4,6 × 2,1–2,6 cm, oblongos, cilíndricos ou lateralmente achatados, irregularmente constritos entre as sementes, superfície opaca, finamente granulosa, indumentada, sem estrias, sutura proeminente ou não.
Endêmica da Mata Atlântica brasileira, foi originalmente considerada exclusiva das florestas perenifólias da região costeira do sul da Bahia (Lee & Langenheim 1973, 1975), tendo sido registrada posteriormente para o Espírito Santo e o Rio de Janeiro (Lima & Pinto 2015). G8, H8, I8: Mata Atlântica (florestas ombrófilas densas). Floração: novembro; frutificação: novembro a junho.
Hymenaea aurea é facilmente diagnosticada pela presença de um denso indumento dourado nos ramos mais jovens, pecíolos, folhas, botões e flores. Assemelha-se a H. eriogyne, que ocorre na Caatinga e pode ser encontrada na forma de arbustos, alcançando no máximo 12 m de altura, com indumento menos denso nos ramos e panículas. Em relação às espécies da Mata Atlântica, difere de H. oblongifolia var. latifolia pelas folhas menores (5,1–7,5 cm vs. 9,3–19,6 cm compr.) e indumentadas (vs. glabras), flores de tamanho médio (31–37 mm vs. 14–16 mm compr.) em inflorescências congestas (vs. laxas) e frutos maiores (6,8–9,5 cm vs. 4,1–6,4 cm compr.). Difere de H. altissima e H. rubriflora var. rubriflora principalmente pelas pétalas espatuladas (vs. elípticas ou obovais) e ovário indumentado (vs. glabro).
Fonte: SOUZA, I. M.; FUNCH, L. S. & QUEIROZ, L. P. de. Flora da Bahia: Leguminosae – Hymenaea (Caesalpinioideae: Detarieae). Rev. Sitientibus, série Ciências Biológicas, v. 16, n. 10, p. 01-18, 2016.