Gesneriaceae – Gloxinia sarmentiana

Ervas, 13-25 cm, não-ramificadas.

Folhas com pecíolo 0,9-2,7 cm compr.; lâminas 5,5-10,8×2,2-6,0 cm, oval-lanceoladas, ápice acuminado, base atenuada assimétrica, margem sinuado-crenada, face adaxial esparsamente pubescente, face abaxial esparsamente
pubescente ou glabra, com tricomas tectores em ambas as faces.

Cimeira com 1 flor, pedúnculo ausente; pedicelo 1,0-1,4 cm compr.; cálice verde, 1,1-1,8 cm compr., glabro em ambas as faces com margem ciliada com tricomas tectores, lacínios oval-lanceolados ou elípticos; corola cilíndrico-campanulada, roxa, internamente na base com uma mancha branca, glabra, 3,6-4,0 cm compr., base 0,3-0,5 cm diâm., fauce 1,7-2,0 cm diâm., lacínios subiguais (o inferior um pouco maior), 0,5-0,8 cm compr.; estames inclusos, filetes 1,2-1,8 cm compr., estaminódio presente; nectário formado por 5 glândulas pequenas isoladas; ovário elipsóide, esparsamente pubescente.

Fruto não observado.

Gloxinia sarmentiana distribui-se pelo Brasil, nos Estados do Piauí, Ceará, Pará, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais (Gesneriad Research Foundation 1989). Na área de estudo, é encontrada em mata ciliar. Próximo à área de estudo, foi encontrada em mata decídua sobre afloramento calcário, no município de Santo Hipólito. Na área de estudo, a espécie foi coletada em Cristália e na Serra do Caraça com flores em fevereiro e março, além de ser encontrada em localidades nos arredores da Cadeia do Espinhaço, porém em nenhuma dessas localidades a espécie foi coletada com frutos.

Hoehne (1964) e Hanstein (1864) reconheceram Gloxinia sarmentiana, G. attenuata e G. stolonifera como três espécies distintas. Porém, Hoehne (1964) afirmou que tanto ele quanto Hanstein (1864) podem ter misturado material de duas destas espécies (G. attenuata e G. stolonifera) para as suas descrições. Esta afirmação apenas reforça o posicionamento de Wiehler (1976) que incluiu G. attenuata e G. stolonifera na sinonímia de G. sarmentiana,
tratamento aqui aceito. Segundo Zimmer et al. (2002) G. sarmentiana não é relacionada a nenhuma outra espécie do gênero e aparece mais proximamente relacionada ao clado Episcieae/Sinningia do que a Gloxinia. Estes autores comentaram ainda que G. sarmentiana possui um órgão de reserva que é diferente do rizoma escamoso presente na maioria das espécies de Gloxinia. Entretanto, não existem dados suficientes para a exclusão desta espécie de Gloxinia, visto que um número reduzido de espécies foi incluído em análises até o momento.

Fonte: ARAÚJO, A. O.; SOUZA, V. C. & CHAUTEMS, A. Gesneriaceae da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, Brasil. Rev. Brasil. Bot., v. 28, n. 1, p. 109-135, jan.-mar. 2005.

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