Fabaceae – Bauhinia campestris

Subarbusto com xilopódio. Entrenó distal do ramo 4,5-5 cm compr..

Folhas bilobadas, lâmina (7,2-)9-13,5x(8,1-)11,5-15 cm, coriácea, base cordada a subtruncada, 7-9-nérvea, nervura marginal inconspícua, lobos concrescidos em 3/4 a 5/6 do comprimento total, quadrado-suborbiculados, divaricados, ápice subagudo a obtuso ou arredondado; face superior glaucescente, glabra ou pilosa só nas nervuras primárias, principalmente na nervura central, nervuras secundárias impressas, face inferior hirsútula, com tricomas curtos e patentes na região das nervuras, canescente ou pálido rufescente tomentosa, ou glabrescente, tricomas glandulares escassos, nervuras primárias, secundárias e terciárias proeminentes; pecíolo 0,4-0,8 cm compr., robusto, tomentoso-hirsútulo, tricomas curtos patentes e densamente agrupados. Estípulas lanceoladas, 4-7×1 mm; nectários extraflorais ovóides, 2 mm compr., geralmente exsertos.

Inflorescência subcorimbiforme até 6-flores e 30 cm comprimento, longo-pedunculada; pedúnculo 19-24 cm compr.; eixo jovem subcorimbiforme, médio, nem robusto, nem delgado, tomentoso a hirsútulo, glabrescente; inflorescências parciais 2-3-floras; folhas ausentes; brácteas foliáceas rudimentares, nectaríferas. Botões até 8,5×0,6 cm, pentagonais (segundo Malme 1905), ápice 5-subcuspidado, 5- estriados, costas não elevadas e cobertas pelo indumento tomentoso no botão jovem até 5-costados, com tricomas glandulares. Flores com pedicelo 0,5-1,5 cm
compr., bractéolas rudimentares, hipanto cilíndrico, 0,6-0,9×0,5-0,6 cm, internamente desconhecido; cálice fendido na antese em lobos levemente ondulados a retorcidos, ca.4 cm compr.; pétalas, lineares, ca.3×0,1-0,2 cm, externamente glabras; estaminódios 0, estames 10, anteras iguais, lineares, não loceladas, filetes 3,5-4 cm compr., filetes glabros; coluna estaminal 2 mm altura máxima, apêndice ligular não examinado, internamente hirsuta,
externamente glabra; gineceu ca.4,5-5,5 cm compr., estigma claviforme, ovário tomentoso, estipe 1,8-3 cm compr., glabro.

Legume desconhecido.

Ocorre apenas no Brasil, estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Fig. 20). As localidades de ocorrência registradas nas etiquetas dos materiais examinados pertencem às Folhas IBGE (1960): SD-21, SF-21 e SE22. Atualmente o nome da localidade tipo é Chapada dos Guimarães, folha SD-21, 56-15d. Habita em campos elevados, principalmente em locais antes de serem submetidos à queimadas (Malme, 1905) e campo cerrado aberto ou campo limpo (col. Hatschbach 25046, 35042). Possui até 70 cm de altura, com indivíduos crescendo de modo agregado, caule freqüentemente flexuoso, mais ou menos 5-angulado (Malme, l.c.)

Floresce de julho a outubro, segundo Malme (1905). B. campestris é aqui considerada uma espécie distinta de B. malacotricha Harms e, portanto, excluída da sinonimia desta última, tal como proposto pelo próprio Malme (1930).
Talvez, B. estrellensis descrita por Hassler (1911), cujo holótipo não foi examinado, procedente do Paraguai, seja sinônimo de B. campestris. B. campestris apresenta como caráter, que a distingue das demais espécies estudadas,
o tipo de inflorescência subcorimbiforme longopedunculada.

Fonte: VAZ, A. M. S. da. F. & TOZZI, A. M. G. A. Bauhinia ser. Cansenia (Leguminosae: Caesalpinioideae) no Brasil. Rev. Rodriguésia, v. 54, n. 83, p. 55-143, 2003.

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