Arvoreta ou arbusto. Entrenó distal do ramo 2-5 cm comprimento.
Folhas bilobadas; lâmina 8,3-12(-32) x 10,1-15 (-32) cm, coriácea, base cordada a subtruncada, 13-15-nérvea, nervura marginal inconspícua, lobos concrescidos em 1/3 a 1/2 do comprimento total, largamente ovados subdivaricados, ápice arredondado a obtuso; face superior glabra, nervuras secundárias não impressas, face inferior vilosa a esparsamente vilosa, inclusive na região das nervuras primárias, tricomas glandulares presentes raros, nervuras primárias, secundárias e terciárias proeminentes; pecíolo 1,5-3,5 cm compr., robusto, viloso-tomentoso. Estípulas assimétrico-subovadas, 5×5 mm; nectários extraflorais cônico-ovóides, 0,5-1 mm compr.
Inflorescência até ca. 16 cm compr., curto-pe-dunculada; pedúnculo 1-1,5 cm compr.; eixos parciais dísticos, dispostos em zigzag, robustos, viloso-tomentosos; inflorescências parciais reduzidas a uma única flor; folhas opositifloras basais presentes, lâmina 3,5-5,5×3-6 cm, progressivamente reduzidas a uma estrutura filiforme e/ou 1 bráctea nectarífera ovada, em direção ao ápice. Botões até 20,5×1-1,4 cm na antese, subclavados, ápice obtuso e não apendiculado, enérvios, viloso-tomentosos, tricomas glandulares escassos a ausentes. Flores com pedicelo 1-2 cm compr., bractéolas 2, uma delas ovada e a outra emarginada ou bilobada, às vezes concrescidas, cupuliformes; hipanto cilíndrico, 2,5-6×1-1,5 cm, internamente velutino-tomentoso, cálice fendido na antese em 5 lobos livres, reflexos, espiralados, 10-12 cm compr.; pétalas (segundo Ducke, 1922) lineares, 18×0,1 cm, glabras externamente;
estaminódios 0, estames 10, anteras iguais, lineares, não loceladas, filetes 9-20 cm compr.; coluna estaminal ausente ou rudimentar até 1 mm altura, apêndice ligular ausente, internamente com tufos de tricomas, externamente rufo-tomentosa; gineceu ex Ducke (1922) até 32 cm compr., estigma transverso-clavado, ovário rufo-tomentoso, estipe 8 cm compr., glabro.
Legume deiscente, valvas 35-40 x 2,5-3 cm, tomentosas, estipe 11-12,5 cm compr.; lobos funiculares filiformes.
Sementes 15×10 mm.
Ocorre no Brasil, nos estados de Goiás, Maranhão, Pará e Tocantins (Fig. 21), entre 54º-47ºW x 5º-14ºS, em cerrado, carrasco, floresta de várzea, floresta decídua e campo. As localidades de ocorrência registradas nas etiquetas dos materiais examinados pertencem às Folhas IBGE (1960): Folhas SB-21, SB-22, SB-23, SC-22, SC-23, SD-22. Endemismo dos médios Araguaia e Tocantins.
Floresce e frutifica de abril a setembro. As lâminas de folhas estéreis podem alcançar 31×31 cm (col. Mileski 304). Alguns espécimes apresentavam flores com gineceu abortado (col. Mileski 304). Esta é a espécie, com flores de maior tamanho, entre as “bauhinias” brasileiras, daí a denominação dada à especie por Ducke (1922) em uma referência
às flores de Pachira aquatica, pertencente à família da Bombacaceae. Ver afinidades taxonômicas sob B. cupulata.
Fonte: VAZ, A. M. S. da. F. & TOZZI, A. M. G. A. Bauhinia ser. Cansenia (Leguminosae: Caesalpinioideae) no Brasil. Rev. Rodriguésia, v. 54, n. 83, p. 55-143, 2003.