Fabaceae – Mimosa maguirei

Arvoreta delgada ou arbusto ca. 1,5-2 m, inerme; ramos vináceos a glaucos, glabros, raramente com setas similares a acúleos esparsas. Indumento composto por tricomas tectores, glandulares e setas.

Folhas (2-)4-6(-8)-jugas, pecíolos e raques glaucos, glabros ou com poucas setas apressas a antrorsas, raramente verrucosos, ráquilas pubérulas com setas apressas, raramente verrucosas abaxialmente, pilosas com tricomas tectores e glandulares adaxialmete; estípulas caducas ou vestigiais, as da inflorescência 2,1-3,8 mm compr., estreito-lanceoladas; pecíolo 4,1-10,9 cm compr.; raque 8,85-19,7 cm compr., projeções interpinais presentes, raramente ausentes, espiculadas; ráquila 3,7-8,9 cm compr., foliólulos 3,4-7,2 mm compr. 0,9-2,4 mm larg., 34-50(-64) pares por pina, pares isométricos, estreito-oblongos, par distal estreito-oboval, ápice obtuso, mucronulado ou não, base oblíqua, porção acroscópica arredondada, porção basiscópica truncado-arredondada, textura indefinida, discolores, 3-4-palmados, glabros a ciliados com tricomas tectores e/ou glandulares, parafilídios deltados a subulados.

Glomérulos 8-12 mm compr., 8-12 mm larg., globosos, em sinflorescência racemosa bracteosa terminal ou axilar, ou em sinflorescência terminal paniculada, 2-4 por nó; pedúnculo 1,4-4,4 cm compr., glabro. Flores 4-meras, diplostêmones, sésseis; brácteas florais 2,5-5 mm compr., 0,3-0,6 mm larg., espatuladas, ciliadas ou tomentulosas a
tomentosas com tricomas tectores e glandulares; cálice 0,5-0,7 mm compr., campanulado, ciliado com tricomas tectores e às vezes glandulares, lobos inconspícuos, venação não observada; corola 3,3-4,5 mm compr., campanulada, glabra, lobos 1,1-1,5 mm compr., 1-1,35 mm larg., ovais, pubérulos a tomentulosos com tricomas tectores e glandulares, uninérveos; filetes 1,05-1,65 cm compr., glabros, róseos, unidos na base ca. 0,5-0,8 mm; anteras 0,5-0,7 mm compr., glabras; ovário 0,9-1,4 mm compr., 0,4-0,7 mm larg., elipsóide, glabro a piloso; estipe 0,2-0,5 mm compr., glabro; estilete 1-1,4 cm compr., glabro; estigma em poro apical afunilado.

Craspédio não-articulado 2,3-4,5 cm compr., 9-10 mm larg., estreito-obolongo, ápice arredondado, aristado, base
largo-cuneada, cartáceos, negros, glabros a pubérulos com tricomas glandulares, valvas articulando-se após liberação das sementes; sementes imaturas 7-12, 3,1-42 mm compr., 2-2,5 mm larg., elípticas, glabras.

Mimosa maguirei é endêmica da Cadeia do Espinhaço, sendo encontrada na Serra do Cipó, Planalto de Diamantina (Barneby 1991) e também mais à oeste, na base da Serra do Cabral. São característicos da espécie os ramos glaucos com longos entrenós e a folhagem escassa. Assim como M. foliolosa var. pachycarpa, abriga comumente endoparasitas do gênero Pilostyles (Apodanthaceae ou Rafflesiaceae s.l., ver Groppo et al. 2007). Na Serra do Cipó foi coletada em campo rupestre e afloramentos rochosos com flores em março, abril, maio e de julho a outubro e com frutos em março, abril, maio, julho, novembro e dezembro.

Fonte: BORGES, L. M. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Leguminosae – Mimosoideae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 31, n. 1, p. 41-97, 2013.

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