Árvores 8–30m; casca marrom, fissurada.
Folhas 5–7-folioladas; estípulas estreitamente triangulares ou lineares, 3–5×1–2mm; pecíolo 1,5–4cm; raque 3,5–7,5cm, glabra; peciólulo 3–7mm; folíolos estreita a largamente elípticos, (2,5–)4,5–6(–8,5)×1,5–4cm, base obtusa, ápice acuminado a caudado, coriáceos, face adaxial brilhante; venação broquidódroma.
Inflorescência 5–8(–11)cm, pedúnculo 1–4cm; (10–)20(–30) flores por racemo, 1–(2–3) racemos por axila foliar; brácteas estreitamente triangulares ou lineares, 1–2×0,5–0,1mm, tomentosas. Flores 12–13mm; pedicelos 3–5mm, esparsamente tomentosos; bractéolas estreitamente triangulares ou lineares, 1–2×0,5–0,1mm, tomentosas; cálice 6–7mm, esparsamente tomentoso, com linhas vermelhas internamente, base obtusa, 2 lobos vexilares conatos até ca. 2/3 do comprimento, 3 lobos carenais triangulares, agudos a obtusos; estandarte 12–13×8–10mm, com guia de néctar basal marrom ou roxo; asas 9–11×4–5mm; pétalas da quilha 9–10×4–5mm; filetes 10–12mm; ovário séssil, pubescente.
Fruto oval, 3–5×3–4,5cm, oblíquo, lustroso, base oblíqua ou acuminada, ápice acuminado, núcleo seminífero duro,
coriáceo, estipe 1–1,5cm; sementes 8–10×4–5mm.
Pterocarpus violaceus distribui-se no Brasil do sul da Bahia a Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná. D7, E6, F6, E7, E8, F6: ocasional na mata pluvial atlântica, restinga e mata de galeria. Floração de setembro a janeiro; frutificação em abril, agosto, setembro a novembro. A floração massiva ocorre quando as árvores não têm folhas ou estão desenvolvendo folhas novas; a frutificação ocorre quando as árvores têm folhas maturas.
Embora o táxon Pterocarpus violaceus tenha sido sinonimizado com P. rohrii por Rojo (1972), este posicionamento não está sendo seguido aqui. Rojo (1972) incluiu 13 nomes de espécies na sinonímia P. rohrii, ampliando sua circunscrição e distribuição: do sul do México até a Bolívia no oeste e no sul do Brasil no leste. A comparação dos isótipos de P. violaceus (Brazil, Sellow s.n., BM) e P. rohrii (Cayenne, Rohr s.n., BM), bem como de material de herbário, mostram que é preciso estudar cuidadosamente a espécie P. rohii sensu Rojo (1972) para verificar se outras das espécies sinonimizadas por Rojo (1972) representam grupos naturais que deveriam ser aceitos como espécies distintas. P. violaceus difere de P. rohrii principalmente nos caracteres do fruto: P. violaceus apresenta uma sâmara oblíqua, oval e lustrosa, com o núcleo seminífero lenhoso, enquanto que em P. rohrii a sâmara é orbicular, membranosa, opaca, e núcleo seminífero papiráceo.
Pterocarpus violaceus é a única espécie do gênero nativa no estado de São Paulo e P. violaceus e P. rohrii são cultivadas como ornamentais em parques e jardins em todo o estado.
A madeira é usada em marcenaria. Planta ornamental utilizada em ruas e, segundo Lorenzi (1992) tem potencial para projetos de reflorestamento.
Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.