Fabaceae – Dalbergia nigra

Árvores 12-25m, córtex com escamas destacandose longitudinalmente; ramos jovens, pecíolos, raques e inflorescências densamente pilosos, glabros na maturidade.

Folhas (5-)8(-11,5)cm (incluindo pecíolo de (0,7-)1(-1,4)cm), (15-)17-21(-27)-folioladas; estípulas ca. 4mm, oblongas a oblongo-obovais, vilosas, decíduas; folíolos (1-)2,1(-3)×(0,5-)0,8(-1,1)cm, oblongos, raro estreito obovais, ápice levemente emarginado, base arredondada, ambas as faces densamente pilosas em folhas jovens, subglabras na
maturidade.

Inflorescência paniculada, ca. 4-5cm, axilar, em ramos áfilos ou com folhas muito jovens; pedúnculo ca. 2-4mm, tomentoso; brácteas decíduas, 2mm, ovais, pilosas. Flores 8-10mm; bractéolas 1mm, ovais, pilosas, decíduas, raro persistentes, inseridas na base do cálice; cálice 5mm, tubo glabro, lobos esparsamente pilosos, lobos vexilares conatos por um terço do comprimento, obtusos, lobos carenais agudos a acuminados, o mediano mais longo, 2,5mm; corola rosada, estandarte 7mm, oblongooboval, unguícula 2mm, ápice levemente emarginado, base levemente truncada, asas 6,5mm, oblongo-obovais, base auriculada acima da unguícula, pétalas da quilha ca. 5,5mm, obovais, unidas por 1,2mm no ápice; estames 10, monadelfos; ovário longo-estipitado, margens ciliadas, glabro no restante da superfície, óvulos 2-3.

Fruto (5-)6,5(-10)×(1-)1,5(-2)cm, oblongo a oblongo-elíptico, ápice obtuso ou agudo, mucronado, base atenuada, longoestipitado, submembranáceo, glabro, venação reticulada difusa, mais evidente no núcleo seminífero; sementes 1-2(-3).

A árvore é típica de mata atlântica, ocorrendo do sul da Bahia ao norte de São Paulo. Dalbergia nigra parece ser rara como nativa em São Paulo, sendo este seu limite sul da distribuição geográfica. C6, D6: mata. Coletada com flores de agosto a dezembro, e com frutos principalmente de fevereiro a julho.

A árvore é facilmente reconhecida pelo indumento do cálice com o tubo glabro e os lobos esparsamente pilosos ou pelos frutos marrom-escuros, quase negros sem venação proeminente. É registrada como espécie produtora de valiosa madeira de muitos usos. Sua madeira arroxeada com círculos concêntricos mais escuros tem sido usada para marcenaria desde os tempos coloniais, mas sua exploração desordenada fez a espécie quase desaparecer nos locais de ocorrência nativa.

Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.

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