Árvores 3-12m, às vezes arbustos quando em cerrado aberto; tronco e ramos tortuosos; ramos jovens, pecíolos,
raques e inflorescências esparso-pilosos.
Folhas 6,5-17cm (incluindo pecíolo de 0,6-1,7cm); (11-)17(-21)-folioladas; estípulas ca. 2,5mm, oblongas, tomentosas, decíduas; folíolos (1,2-)2,2(-3,5)×(0,5-)1,2(-2)cm, ovais a oblongos, ápice levemente emarginado, base subcordata ou obtusa, face adaxial esparsamente pilosa, glabra em folhas maduras, face abaxial esparsamente pilosa.
Inflorescência paniculada, até 8cm, terminal ou axilar, em ramos folhosos; pedúnculo até 1,6cm, tomentoso; brácteas decíduas, ca. 2mm, ovais, vilosas. Flores ca. 1cm; bractéolas persistentes, ca. 1,5mm, ovais, vilosas, inseridas na base
do cálice; cálice ca. 6mm, lobos vexilares unidos por quase toda extensão, arredondados, esparsamente pilosos
medianamente, lobos carenais deltoides, o mediano mais longo, acuminado, esparsamente piloso; estandarte e asas
roxos, mais escuros na porção mediana, pétalas da quilha esbranquiçadas, estandarte ca. 10mm, orbicular, ápice
levemente emarginado, base atenuada, unguícula 4,5mm, asas ca. 8,2mm, obovais, pétalas da quilha ca. 7mm, ovais,
unidas em 2mm no ápice; estames 10, diadelfos (9+1); ovário longo-estipitado, glândulas proeminentes, margens
glabrescentes, óvulos 2-4.
Fruto 5,8×1,5-2cm, oblongo, ápice obtuso, mucronado, base aguda, longo-estipitado, membranáceo, glabro, venação difusa; sementes 1(-2).
Árvore característica do cerrado, ocorrendo no Brasil do Piauí até o Paraná. C6, D3, D4, D5, D6, D7, E7, E8, F4: cerrados abertos, cerradão onde pode chegar até 12m. Coletada com flores de setembro a março; com frutos de
fevereiro a julho.
Dalbergia miscolobium é uma espécie de fácil reconhecimento, especialmente por seu hábito tortuoso e pela aparência glauca de sua folhagem. A cor do estandarte roxa, em contraste com a verde do cálice, é uma característica única entre as espécies brasileiras de Dalbergia. É dita como produtora de madeira de ótima qualidade, embora seja árvore tortuosa, o que limita o seu uso madereiro.
Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.