Erva; ramos volúveis, estriados, glabros, látex ausente; entrenós 2,5-7cm, presença de pseudo estípulas lobadas, 3-5 lobos.
Folhas 5-palmatilobadas a 5-palmatissectas, 2‑7,5 × 4‑9,5 cm, folíolos base decorrente, folíolos basais frequentemente 2-3-lobados, margem inteira, ápice arredondado a agudo, mucronado, face adaxial com indumento
esparso-puberulente nas nervuras, glabrescente, face abaxial glabra a esparso puberulenta, tricomas simples; pecíolo 0,8-5 cm.
Inflorescência em dicásios ou monocásios, 1-3 flores; pedúnculo 0,3‑1,5 cm; bractéolas ovadas a oblongas, ca. 1 mm
compr., glabras, caducas; pedicelo ca. 1 cm, sépalas desiguais, ovadas a elípticas, 0,5‑0,8 × 0,3‑0,6 cm, enrugadas (in vivo), ápice obtuso, emarginado ou arredondado, mucronado, glabra; corola campanulado-infundibuliforme, 2,3‑5,5 × 4‑7 cm, lilás claro a lilás escura, glabra, tubo 1‑1,5 cm larg., lilás escuro; filetes 1‑1,5 cm compr., anterassagitadas, ca. 0,5 cm compr., ovário não visto, estilete ca. 1,5 cm compr., bipartido no ápice, estigma globular, ca. 1 mm, branco.
Cápsula globosa, ca. 1 cm compr., 4-valvar; sementes 2 por cápsula, elípticas, ca. 0,5 cm compr.,seríceas, tricomas
simples.
Espécie amplamente distribuída em regiões tropicais e subtropicais tendo, sua provável origem bastante controversa, pois cogita-se que seja a partir do Velho Mundo e tenha sido disseminada por todo o globo (Wood et al.2015b), em contrapartida, algumas hipóteses a apontam como originária da América, e naturalizada na África e Ásia (Austin & Ghazanfar 1979, Simão-Bianchini 1998). Existem registros dessa espécie em praticamente todas as
regiões do Brasil, ocorrendo desde áreas antropizadas até vegetação mais preservada da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 [em construção]) e é de comum ocorrência em formações de Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa/Aberta, Floresta Ombrófila Mista e Restinga (Moura & Morim 2015). Possui comportamento infestante e ocorre comumente em áreas perturbadas, porém apresenta potencial paisagístico (Lorenzi 1991, Kissman & Groth 1999).
Apesar de ser uma planta perene, facilmente encontrada na cidade, no PEJ esta espécie só foi vista na primeira visita ao Parque, para reconhecimento de área e posteriormente não mais avistada. Contudo, na última visita realizada em 2018, foi possível coletá-la em escassa população no domínio Cerrado, em área de campo-sujo. Apesar de já ter sido relatado ocorrência de flores alvas(Kissman & Groth 1999), a mesma não apresentou significativa variação de cor na corola na população estudada.
Fonte: SILVA, S. S. da; SIMÃO-BIANCHINI, R. & SOUZA-BUTURI, F. O. de. Convolvulaceae do Parque Estadual do Juquery, Franco da Rocha, SP, Brasil. Rev. Hoehnea, n. 45, p. 413-430, 5 il., 2018.