Arbustos, 1,5 m, glabros, ramos achatados, 4-carenados.
Folhas alternas; estípulas triangulares, caducas; pecíolos 6–10 mm; lâminas 8–13 × 3,5–6,7 cm, elípticas, base cuneada ou arredondada, margem inteira, ápice agudo, cartáceas, secas marrom-escuras ou verde-acinzentadas, nervuras secundárias promínulas em ambas as faces, terciárias inconspícuas, impressas em ambas as faces.
Inflorescências racemos condensados, às vezes aparentemente fasciculadas, axilares; pedúnculos geralmente nulos, brácteas escamiformes; pedicelos ca. 4 mm. Flores 4; 5 mm diâm na antese, rotáceas. Sépalas 1 × 1 mm, ovadas, erosas a fimbriadas nas margens. Pétalas 2–2,5 × 1 mm, oblongas, reflexas durante a antese, erosas a onduladas no
ápice, glabras. Disco pateliforme. Estames 0,35–0,8 mm, filetes 0,3–0,5 mm, anteras 0,1–0,25 × 0,15–0,25 mm, oblongas. Ovário 2-locular, estigma pontual, óvulos por lóculo 2.
Cápsulas 0,8–1,3 × 0,6–1 cm, subesféricas a obpiriformes, comumente apiculadas, secas marrons a enegrecidas. Sementes enegrecidas, lisas, totalmente envoltas por arilo branco.
Maytenus guyanensis é a única espécie de Celastraceae ocorrente nas áreas de canga com hábito não trepador e com folhas alternas. Distingue-se também pelos frutos capsulares que se abrem por valva longitudinal expondo a semente arilada. Amplamente distribuída nos neotrópicos, ocorrendo desde Costa Rica (Hammel 1997) até o Brasil nas regiões Norte e Centro-Oeste (Mato Grosso). Serra dos Carajás: Serra Sul, corpo D (S11-D), em área de campo rupestre, ocorre também nas matas.
Fonte: LOMBARDI, J. A. & BIRAL, L. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Celastraceae. Rev. Rodriguésia, v. 67, n. 5 (Especial), p. 1285-1290, 2016.